ASSEGURAR um ensino de qualidade no país ainda é um desafio, a despeito da evolução que o sector da Educação registou desde a proclamação da independência nacional. Este ponto de vista foi partilhado esta semana pela Reitora da Universidade Lúrio (UniLúrio), Ana Lenda Hugo, no seminário Regional de Reflexão sobre o percurso da Educação em Moçambique desde a independência em 1975.
A Reitora da Uni Lúrio destacou que o Governo Moçambicano desde logo assumiu o ensino e a formação do homem como prioridade, o que é consubstanciado pelo crescente número de escolas e de professores pelo país. Leda Hugo destacou que a rede escolar cresceu de uma forma galopante, cifrando-se neste momento em 14 mil estabelecimentos, desde primários, secundários, de ensino técnico-profissional, formação de professores e universidades, envolvendo mais de 9,5 milhões de estudantes.
Apesar do crescimento assinalável, persistem desafios e factores críticos, nomeadamente a limitação de material didático, o tempo que uma criança leva para terminar o ensino, devido a vários problemas sociais, entre outros. A vice-reitora da Universidade Rovuma (UniRovuma), coorganizadora do seminário, Sarifa Fagilde, defendeu a necessidade de dotar os professores com instrumentos pedagógicos aceitáveis para que possam transmitir o conhecimento científico aos estudantes de forma adequada.
Para a responsável, pode-se apontar os professores que não leem e nem sequer conhecem e dominam contas, por exemplo.
O director provincial de Educação em Cabo Delgado, Ivaldo Quinquardete, dos oradores do seminário apontou a não construção de infra-estruturas escolares para tirar as crianças do chão, o rácio professores e alunos, deficiente formação dos professores, falta de motivação para leccionar, absentismo, chegada tardia dos livros e não capacitados gestores, como sendo alguns dos principais factores que contribuem para a fraca qualidade de ensino no país.