José João Craveirinha

Biografia

José João Craveirinha

José João Craveirinha nasceu em 28 de Maio de 1922, em Lourenço Marques hoje Maputo, capital de Moçambique e faleceu em 6 de Fevereiro de 2003. Os seus restos mortais repousam na cripta da Praça dos Heróis, em Maputo. Foi jornalista durante muitos anos, tendo utilizado os pseudónimos de Mário Vieira, J.C., J. Cravo, Jesuíno Cravo, Abílio Cossa, José Mangachane, António Sousa e Jota Cê. Iniciou a sua carreira no jornal O Brado Africano e posterior-

mente trabalhou nos jornais Notícias e Tribuna. Conta com abundante colaboração sob a forma de crónica e ensaio nos jornais Notícias da Tarde, A Voz de Moçambique, Notícias da Beira, Diário de Moçambique, Voz Africana e nas revistas, Nova e na Tempo. Grande parte da sua poesia ainda se mantém dispersa na imprensa, não tendo sido incluída nos livros que publicou em vida. Outra parte permanece inédita e faz parte do seu volumoso espólio.

 Para além da sua actividade como jornalista e poeta, desempenhou um papel de relevo na vida desportiva e associativa de Moçambique, a partir dos anos 50, tendo chegado a ser Presidente da Direcção da Associação Africana, agremiação que constituiu um foco importante das ideias nacionalistas.

 Em 1965 foi preso pela PIDE/DGS, acusado de fazer parte de uma célula da 4ª Região político-militar da FRELIMO, tendo sido julgado, condenado e cumprido pena até 1969.

 Após a independência de Moçambique, representou o país em diversos Encontros e Congressos de escritores. Em 1979 a VI Conferência dos Escritores Afro-Asiáticos, realizada em Luanda, elegeu-o Membro Permanente de Júri do Prémio Lótus. Em 2002 foi eleito sócio-

-correspondente da Academia de Ciências de Lisboa.

 Foi o 1° Presidente da Assembleia Geral da Associação dos Escritores Moçambicanos, constituída em 1982, cargo que ocupou até 1987. Foi igualmente Presidente da Assembleia Geral da Associação Moçambicana de Língua Portuguesa (AMOLP).

 Desempenhou a função de Vice-Presidente do Comité Olímpico.

 Figura tutelar da poesia moçambicana, é sem dúvida o seu mais divulgado poeta e aquele que a crítica reconhece como sendo a mão poéta africana de expressáo portuguesa, bem como, um dos grandes poetas da língua portuguesa.

 Poemas seus foram traduzidos em várias linguas, está representado em dezenas de antologias de poesia, não só em língua portuguesa como inglesa, francesa, russo, swaili, alemã, italiana, espanhola, sueca, etc

 Este reconhecimento teve a sua expressão nos importantes prémios internacionais que lhe foram atribuídos, e dos quais se destacam pela sua importância: “Prémio Alexandre Dáskalos” da Casa dos Estudantes do Império em 1962, “Prémio Nacional de Poesia de Itália” em 1975, “Prémio Lótus” da Associação dos Escritores Afro Asiáticos em 1983, “Prémio Camões” em 1991, “Prémio Voices of Africa” da Ordfront/Leopard Publishing House – Suécia, em 2002. Em Moçambique foram-lhe atribuídos os Prémios “Cidade de Lourenço Marques” em 1959, “Prémio Reinaldo Ferreira” e “Prémio de Ensaio” do Centro de Cultura e arte da Beira em 1961, “Prémio Vida Literária” da AEMO em 1997 e “Prémio Consagração Fundac-Rui de Noronha”, em 1999. Foi condecorado pelo Presidente da República Federativa do Brasil em 1990 com o Grau de Oficial Grão-Mestre da Ordem  Nacional do Cruzeiro do Sul. Em 1997 recebeu do Presidente da República Portuguesa o Grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique e do Presidente da República de Moçambique a Ordem de Amizade e Paz.

 Foram-lhe ainda atribuídas as seguintes medalhas: Medalha Nachingwea, Medalha de Ouro da Comuna de Concesio (Brescia), Medalha de Ouro do Município de Aljezur, Medalha de Ouro 1° Grau do Município de Sintra e Medalha de Mérito da Secretaria de Estado da