Descrição
PARA ONDE FORAM OS VIVOS
Um livro que encara os males do nosso tempo, no olhar sensível do poeta que não se conforma com o estado das coisas. Uma crónica fingida de poema sobre tempos, lugares, memória e saudade, amor e espanto.
É o retrato do mundo em decadência, estilhaçado, as cidades em ruínas com o silêncio ensurdecedor das almas que ainda habitam o lugar com a esperança no exercício do amor. A quem amaremos quando estamos sós, isolados num lugar de silêncios e ausências, retratos de egoísmo, violência e tensões que levam que o mundo como o conhecemos se desfaça sob o nosso olhar indiferente?
Uma outra imagem das grandes cidades repletas de gente, ostentando o seu mais elevado amor material, mas ausentes em afectos. Nesta obra, a cidade e o corpo se confundem. Assim como o amor e o ódio se fundem para gerar tensões e violências.
O poeta lança-se com o único amor que lhe resta, para esses corpos, ora vivos, mas ausentes, apátridas, levados para lugar nenhum com sentimentos ambíguos, ora à procura de algum lugar seguro, ora à procura de melhores condições de vida. O poeta usa esses corpos, ausentes, para espelhar a sua saudade, a dor da ausência, uma dor física e espiritual, encontrando no seu amor as palavras para descrevê-lo, como quem chora ou canta, mas nunca encantado, antes impressionado com a capacidade de autodestruição dos vivos que matam para salvar vidas.
É a imagem desértica do amor. É o corpo na sua própria ausência. É a vida em escombros da própria vida.
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